segunda-feira, 2 de abril de 2018

Comics


2000AD #2074: Deadpool tem fama de ter o mais divertido dos heróis amorais com violência extrema. Pessoalmente, discordo. Nestas coisas, pensar que uma personagem pop é um pico criativo geralmente significa que não se conhece mais do que isso. Para quem achar que piadas infantis e quantidades elevadas de sangue, vísceras e balas são a epítome do humor negro, bem, enfim, apresento-vos Sinister Dexter. A dupla de assassinos profissionais mais bem sucedida de Downlode, cidade futurista que tem o seu quê da Miami de Miami Vice, mas no futuro e com forte tendência para nomes em língua eslava. Dan Abnett tem nas páginas da 2000 AD sido especialmente cáustico no explorar do potencial de humor violento presente nas personagens de Mr. Sinister e Mr. Dexter. Não poupa nas quantidades elevadas de sangue, vísceras e balas, mas o humor negro é bem negro.


Doomsday Clock #04: Geoff Johns anda a tentar ser mais Alan Moore do que o próprio Moore nesta série. A validade do conceito de trazer os personagens de Watchmen para a continuidade da DC é discutível. São propriedade intelectual, já o eram antes de Moore os ter reinventado, e a DC é uma editora comercial. A cultura pop é mesmo assim. Já o mérito da forma como estão a ser introduzidos é que é discutível. Doomsday Clock tem sido anunciado com enorme fanfarra e empolamento, na realidade é um comic pedante e pretensioso, que vive da imitação estética e estrutural do trabalho de Moore e Gibbons. O trabalho visual é mesmo o melhor da série, já que o esforço intelectual de Geoff Johns vai todo no sentido de emular o original, uma forma de alguém claramente pouco talentoso reclamar louros como autor de um suposto clássico dos comics.